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18 de mai. de 2012

Mediação de conflitos e Justiça restaurativa


Gabriele Albuquerque Silva*
O ambiente escolar é um meio de interação extremamente intenso e complexo. Neste local onde tantas pessoas diferentes se relacionam diariamente — cada uma com sua personalidade, história, família e percepção de mundo — é comum que conflitos aflorem. Tais conflitos podem tomar diversos rumos: a discussão, a briga, a violência. Ou também o rumo do diálogo e da construção de um entendimento. No entanto, essa outra opção pode ser muito mais difícil de ser exercida.
Vivemos em uma sociedade que enaltece a competição e a guerra constante entre as pessoas, numa lente que permite que enxerguemos apenas vencedores e perdedores. O bem-estar comum é perdido, dando lugar ao egoísmo. Desta forma, é comum que os conflitos se transformem em brigas infindáveis, que podem se tornar grandes bolas de neve que podem culminar na violência.
O fenômeno da violência nas escolas, infelizmente, ainda é um problema muito frequente. Crianças e adolescentes acabam reproduzindo a lógica competitiva e as muitas intolerâncias e preconceitos que nossa sociedade ainda guarda. Esse contexto estimula a briga e pouco promove o diálogo. Passamos a ver o mundo como uma partida de futebol, onde o empate é visto como algo negativo e desestimulante. No entanto, as relações humanas não são uma competição.
A mediação de conflitos e a Justiça restaurativa buscam resgatar o diálogo e a cooperação. O conflito é visto como uma possibilidade para a promoção de transformações positivas.
Na mediação de conflitos, duas partes em conflitos são convidadas a construir uma solução positiva para todos, com a ajuda de uma terceira parte — o mediador. Este não impõe ideias, apenas atua como facilitador da conversa. As emoções das pessoas envolvidas são valorizadas e não há solução se uma das partes se sentir prejudicada. Pode ser usado, por exemplo, para que alunos que brigam constantemente por um assunto dialoguem e cheguem a um acordo (que não é imposto, mas construído pelos mesmos).
A Justiça restaurativa é outro método de promoção de paz. Trata-se de um conjunto de práticas restaurativas, onde destaco o círculo restaurativo. Nesse procedimento, abre-se um espaço de comunicação para falar sobre um fato ocorrido, suas consequências e possíveis formas de restauração. Por exemplo, em uma situação de agressão na escola, o autor da agressão fica frente a frente para falar com a pessoa agredida sobre aquilo que aconteceu e sobre os sentimentos e danos que isso lhe causou.
Ambos os métodos trabalham com a questão da responsabilidade, da empatia e do diálogo. São excelentes maneiras de se tratar os conflitos humanos, e a escola se mostra como um espaço com muito potencial para o desenvolvimento e prática desses métodos. Além de ser um ambiente de transmissão do conhecimento formal, a escola é, sobretudo, um espaço de humanização. Ao se inserir a mediação de conflitos e a justiça restaurativa nas escolas, estaremos educando as crianças e adolescentes para o diálogo e para o respeito.
*Psicóloga

Do leitor. Zero Hora.

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“Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado opressor.” Desmond Tutu.

“Perdoar não é esquecer, isso é Amnésia. Perdoar é se lembrar sem se ferir e sem sofrer. Isso é cura. Por isso é uma decisão, não um sentimento.” Desconhecido.

“Chorar não significa se arrepender, se arrepender é mudar de Atitude.” Desconhecido.

"A educação e o ensino são as mais poderosas armas que podes usar para mudar o mundo ... se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." (N. Mandela).

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“A verdadeira viagem de descobrimento consiste não em procurar novas terras, mas ver com novos olhos”
Marcel Proust


Livros & Informes

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