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6 de jul. de 2017

Egressos do sistema prisional participam de formação para desenvolvimento humano

Egressos.pngO autoconhecimento e o autocontrole para uma mudança positiva de vida são ferramentas da formação de coaching que vem sendo desenvolvida com egressos do sistema prisional e funcionários da Secretaria da Justiça e Cidadania, dentro do projeto Coaches por um Ceará Pacífico. Nesta terça (4), oito participantes concluíram a formação. Ao todo, 42 pessoas foram alcançadas pelas quatro turmas formadas desde o início do projeto.

Nos doze encontros realizados neste semestre, exibições de filmes seguidas de discussões apresentaram as temáticas debatidas. De acordo com a coach Cibele Chavante, os encontros sempre mesclam escuta, partilha e reflexão: “Trabalhamos uma perspectiva de autodesenvolvimento, controle emocional, melhoria contínua do foco e uma visão de planejamento tanto na vida pessoal quanto na vida profissional”.

Aprendendo a controlar diariamente atitudes impulsivas e violentas, Benício Soares, tornozelado há onze meses, conta que os encontros têm servido para fazê-lo refletir sobre as consequências de seus atos e melhorar a cada dia o seu modo de reagir às situações: “Depois de passar 15 anos no sistema, poder chegar aqui e passar por essa experiência de aprender a me comportar de um modo diferente para me reinserir na sociedade é uma grande oportunidade. Eu era bastante explosivo e hoje, depois do coaching, acontecem coisas na minha vida que eu consigo relevar”, afirma.

Jarliel Cipriano, egresso e participante de uma das primeiras turmas do projeto, destaca a formação como forma de aprimorar seu desempenho em todas as áreas da vida: “O coaching tem me ensinado a ser uma pessoa melhor, percebendo coisas sutis que antes não faziam diferença e agora podem ajudar a melhorar meus relacionamentos e meu desempenho no trabalho e na família”, conta.

Além do coaching, os participantes foram certificados também pela Escola de Perdão e Reconciliação (Espere) da Pastoral Carcerária através do curso Fundamentos em Práticas de Justiça Restaurativa, que trabalha o perdão e a reconciliação por meio da promoção da paz.

A Coordenadora Diocesana da Pastoral Carcerária da Igreja Católica do Ceará, Irmã Gabriella Pinna, destaca a ressignificação do passado como instrumentos de transformação: “Se a violência nasce do coração do homem, acreditamos que a paz também nasce, por isso, trabalhamos para que eles aprendam a lidar com as emoções e como consequência, tenham mudanças positivas de comportamento”, afirma.

Governo do Ceará. 04.07.2017.

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  • AGUIAR, Carla Zamith Boin. Mediação e Justiça Restaurativa. São Paulo: Quartier Latin, 2009.
  • ALBUQUERQUE, Teresa Lancry de Gouveia de; ROBALO, Souza. Justiça Restaurativa: um caminho para a humanização do direito. Curitiba: Juruá, 2012. 304p.
  • AMSTUTZ, Lorraine Stutzman; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para escolas: responsabilidade e ambientes de cuidado mútuo. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de; CARVALHO, Salo de. A Crise do Processo Penal e as Novas Formas de Administração da Justiça Criminal. Porto Alegre: Notadez, 2006.
  • CERVINI, Raul. Os processos de descriminalização. 2. ed. rev. da tradução. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
  • FERREIRA, Francisco Amado. Justiça Restaurativa: Natureza. Finalidades e Instrumentos. Coimbra: Coimbra, 2006.
  • GERBER, Daniel; DORNELLES, Marcelo Lemos. Juizados Especiais Criminais Lei n.º 9.099/95: comentários e críticas ao modelo consensual penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
  • Justiça Restaurativa. Revista Sub Judice - Justiça e Sociedade, n. 37, Out./Dez. 2006, Editora Almedina.
  • KARAM. Maria Lúcia. Juizados Especiais Criminais: a concretização antecipada do poder de punir. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
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