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16 de abr. de 2013

Seminário Internacional: Dimensões subjetiva e comunitária na construção da Justiça Restaurativa



O CDHEP estava lotado na sexta-feira dia 5 de abril. O público veio de diferentes lugares, dentro e fora do município de São Paulo para acompanhar as abordagens diversas sobre a construção da Justiça Restaurativa.

A primeira fala foi de Leonel Narváez Gomez, sociólogo e sacerdote católico que viveu dez anos com tribos nômades africanas, também conviveu pelo mesmo tempo na selva colombiana em situações impostas pela FARC, pelos militares e contra-militares. Explanou sobre a lei das vítimas na Colômbia que pretende, em um prazo de dez anos, atender os 3 milhões de vítimas diretas, que os 60 anos de guerra causaram. Segundo Narváez, embora está lei não seja consensual é um intento, por parte do Estado, de responder de forma restaurativa e não punitiva a um flagelo nacional.
A Profª Lia Diskin, da Associação Palas Athena, de forma carinhosa, colocou o projeto inacabado – que é o ser humano – dentro do universo que existe a 14 bilhões de anos. Ao longo dos últimos séculos e, principalmente, nas últimas décadas, houve uma forte evolução no sentido de perceber que mente e corpo, razão e emoção, sujeito e objeto fazem parte de uma mesma unidade. Isso chama para que o modelo de dominação presente em nosso mundo esteja se deslocando para outro modelo de parceria, com forte incidência em todos os setores da sociedade capazes de se deixar afetar. Na administração da justiça, isto pode vir a significa a evolução da justiça retributiva para a restaurativa.
Já a Drª. Petronella Boonen do CDHEP abordou três limitações da justiça retributiva. Um, a de impossibilitar a fala dialogal entre os envolvidos o que por sua vez é condição para atribuir sentido aos acontecimentos. Citando H. Arendt, ressaltou que a atribuição de sentido é uma condição para entender o mundo e nos reconciliar com ele, que, por sua vez, é condição para nos sentirmos em casa neste mundo. E, por fim, se deteve sobre a impossibilidade de a justiça retributiva abrir novas possibilidades para o futuro, pois sua função é responder a um ato do passado.
Após um intervalo, os presentes fizeram reflexões e perguntas o que possibilitou aos palestrantes enfatizar um ou outro ponto. Os participantes saíram satisfeitos,  enriquecidos e inquietos.

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“É chegada a hora de inverter o paradigma: mentes que amam e corações que pensam.” Barbara Meyer.

“Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado opressor.” Desmond Tutu.

“Perdoar não é esquecer, isso é Amnésia. Perdoar é se lembrar sem se ferir e sem sofrer. Isso é cura. Por isso é uma decisão, não um sentimento.” Desconhecido.

“Chorar não significa se arrepender, se arrepender é mudar de Atitude.” Desconhecido.

"A educação e o ensino são as mais poderosas armas que podes usar para mudar o mundo ... se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." (N. Mandela).

"As utopias se tornam realidades a partir do momento em que começam a luta por elas." (Maria Lúcia Karam).


“A verdadeira viagem de descobrimento consiste não em procurar novas terras, mas ver com novos olhos”
Marcel Proust


Livros & Informes

  • ACHUTTI, Daniel. Modelos Contemporâneos de Justiça Criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
  • AGUIAR, Carla Zamith Boin. Mediação e Justiça Restaurativa. São Paulo: Quartier Latin, 2009.
  • ALBUQUERQUE, Teresa Lancry de Gouveia de; ROBALO, Souza. Justiça Restaurativa: um caminho para a humanização do direito. Curitiba: Juruá, 2012. 304p.
  • AMSTUTZ, Lorraine Stutzman; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para escolas: responsabilidade e ambientes de cuidado mútuo. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de; CARVALHO, Salo de. A Crise do Processo Penal e as Novas Formas de Administração da Justiça Criminal. Porto Alegre: Notadez, 2006.
  • CERVINI, Raul. Os processos de descriminalização. 2. ed. rev. da tradução. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
  • FERREIRA, Francisco Amado. Justiça Restaurativa: Natureza. Finalidades e Instrumentos. Coimbra: Coimbra, 2006.
  • GERBER, Daniel; DORNELLES, Marcelo Lemos. Juizados Especiais Criminais Lei n.º 9.099/95: comentários e críticas ao modelo consensual penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
  • Justiça Restaurativa. Revista Sub Judice - Justiça e Sociedade, n. 37, Out./Dez. 2006, Editora Almedina.
  • KARAM. Maria Lúcia. Juizados Especiais Criminais: a concretização antecipada do poder de punir. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
  • KONZEN, Afonso Armando. Justiça Restaurativa e Ato Infracional: Desvelando Sentidos no Itinerário da Alteridade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.
  • LEITE, André Lamas. A Mediação Penal de Adultos: um novo paradigma de justiça? analise crítica da lei n. 21/2007, de 12 de junho. Coimbra: Editora Coimbra, 2008.
  • MAZZILLI NETO, Ranieri. Os caminhos do Sistema Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
  • MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Fávio. Criminologia. Coord. Rogério Sanches Cunha. 6. ed. rev., atual e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
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  • ZEHR, Howard. Justiça Restaurativa. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2008.