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14 de jul. de 2017

CE Pacífico: policiais militares recebem certificados por curso de mediação de conflitos

Ter, 11 de Julho de 2017 14:11
WEB_MVS1617.jpgDentro do campo de ações do Pacto por um Ceará Pacífico, conjunto de projetos do Governo do Ceará voltado à prevenção da violência e redução da criminalidade, está a capacitação policial para novas abordagens nas ruas. A proposta é compartilhar novos saberes, novas visões e novas práticas que tornem a Segurança Pública instrumento propagador de uma cultura de paz. Como parte desta esfera, foram entregues nesta terça-feira (11), em cerimônia realizada no Palácio Iracema, os certificados para os policiais militares e demais agentes de segurança concludentes do curso "Justiça Restaurativa de Mediação de Conflitos: Um Caminho Possível na Construção da Paz".

A série de palestras e oficinas sobre a temática ocorreu durante os meses de agosto e setembro do ano passado. Os participantes foram PMs da primeira Unidade de Segurança Integrada (Uniseg I) - Grande Vicente Pinzon. O curso partiu do objetivo de fortalecer a construção de uma cultura de paz, por meio da reflexão teórica e prática de profissionais da área de segurança. Agora, meses depois, as partes integrantes da iniciativa se reuniram para celebrar os aprendizados e mudanças positivas na rotina de trabalho de profissionais da Polícia Militar.

Vice-governadora e coordenadora estadual do Pacto por um Ceará Pacífico, Izolda Cela participou da entrega dos certificados. Ela destaca que a implementação destes cursos colabora para a polícia resgatar a confiança da população, por meio de mais competência na hora de resolver conflitos interpessoais e assumir sensibilidade diante de problemas sociais dentro da sua localidade de atuação. "O fortalecimento das práticas de mediação, justiça restaurativa e ciclos de construção de paz é uma das frentes que considero mais importante nesta agenda em prol de um Ceará mais pacífico. É uma frente imprescindível. Juntamente com várias instituições do Estado e privadas, que já se dedicam a esse tema, estamos buscando garantir que esse ideal chegue da forma mais vigorosa e ampla possível para a sociedade", afirma Izolda.

Alternativas eficazes

WEB_MVS1651.jpgUma das responsáveis pela organização do curso, a coordenadora de Articulação e Mediação Social do Gabinete da Vice-Governadoria, Cristiane Holanda, ressalta que é trabalhando os princípios da Justiça Restaurativa que é possível chegar a uma polícia mais solidária, apoiadora, responsável por oferecer resgate e interação com a comunidade.

"Mais do que desmilitarizar a polícia, queremos que ela olhe para o cidadão e enxergue a possibilidade dele se tornar um ser humano diferente, entrando numa nova trajetória de vida. Saímos da Justiça punitiva, que é aquela que só quer reprimir, controlar, bater, e infelizmente é o que ainda acontece. E a gente tem também uma Justiça negligente, que é aquela que não tem controle nem apoio. Há também a Justiça permissiva, a de passar a mão na cabeça, também não adequada. Precisamos de uma Justiça Restaurativa. Controle e apoio, para que o jovem saia da situação", explica.

O curso trabalhou, em dez módulos, a apresentação de conhecimentos sobre técnicas de mediação de conflitos, princípios de Justiça Restaurativa, comunicação não-violenta, abordagem de adolescentes, estudos de caso, círculos de construção de paz, dentre outros eixos. Este foi o 7º curso realizado, numa parceria que envolveu Vice-Governadoria do Estado do Ceará, Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Uniseg I e II), Prefeitura de Fortaleza, Secretaria Municipal da Segurança Cidadã e Guarda Municipal, Ministério Público do Estado do Ceará e Universidade de Fortaleza.

Transformação da segurança

WEB_MVS1571.jpgComandante da Uniseg I, o capitão Messias Mendes afirma que a ideia de envolver a Polícia Militar no curso surgiu a partir de uma percepção da "condição falível" do Direito Penal como única opção para resolver os conflitos urbanos. Para ele, somente com o amadurecimento de profissionais de segurança mais próximos das comunidades e mais sensíveis aos problemas da população é possível avançar no combate à violência no Estado.

"A gente sabe que o Código Penal não consegue atingir o nível de paz que idealizamos enquanto instituição que busca a tranquilidade pública. O Direito Penal muitas vezes potencializa o sentimento de raiva, ódio e vingança pelo outro. Dentro dessa concepção, vislumbrando nos processos alternativos na resolução de conflito, buscamos que o policial consiga oferecer uma negociação entre as partes. Queremos profissionais com essa sensibilidade. Tem sido uma experiência muito exitosa capacitar nosso efetivo para desenvolver essas ferramentas para aplicar nas ruas".

WEB_MVS1575.jpgA diferença na prática diária possibilitada pelo curso trouxe novos ares na rotina da soldado Helen de Oliveira. Ela testemunha que, com os aprendizados sobre mediar conflitos, o trabalho executado na Uniseg I ganhou maior capacidade de resolver problemas e levar mais dias pacíficos à população na Capital. "Como a gente trabalha com o público, esse curso é de grande importância. Nos deparamos diariamente com conflitos e considero importante sabermos a melhor forma de lidar com cada caso, conversando, ajudando a uma pessoa ficar de bem com a outra pessoa, sem provocar mais violência e nem estimulá-la", pontua.

A cerimônia de entrega de certificados reuniu a vice-governadora Izolda Cela, o secretário executivo da Segurança Cidadã de Fortaleza, Paulo Duarte, representantes da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Ceará, facilitadores do curso, dentre outras autoridades ligadas a Segurança Pública no Estado.

11.07.2017

Fotos: Marcos Studart / Governo do Ceará

André Victor Rodrigues
Repórter / Célula de Reportagem

Ceará. 

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Livros & Informes

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