Projeto Comunidade em Círculos iniciou nesta segunda-feira (22) em área carente do bairro Congós, Zona Sul da capital.
Comunidade carente aprende formas de justiça restaurativa, em Macapá — Foto: Victor Vidigal/G1
Pensando em incentivar a resolução de conflitos locais, moradores de área periférica do bairro Congós, na Zona Sul de
Macapá, iniciaram nesta segunda-feira (22) um curso de Justiça Restaurativa pertencente ao projeto Comunidade em Círculos do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap).
A formação segue até sexta-feira (26) no Centro de Atividades Sociais da Periferia (Casp), buscando capacitar líderes e membros comunitários em geral sobre como manter uma relação saudável entre os moradores.
"Vamos falar sobre o surgimento da Justiça Restaurativa, comunicação não violenta, que é algo inédito nesse curso, que só aqui no Amapá a gente faz isso, vamos também fazer vivências de ciclos restaurativos para diálogos e para conflitos", detalhou a pedagoga Ângela Martins, instrutora do curso.
Pedagoga Ângela Martins observa fala de participante do Comunidade em Círculos — Foto: Victor Vidigal/G1
O projeto faz parte do Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Macapá. A ideia é duas vezes ao ano ministrar o curso em bairros periféricos da capital. O Congós foi escolhido como o primeiro do ano por ser um bairro com bastante atuação comunitária, explica Ângela.
"A gente sempre procura focar em comunidades que realmente precisam. E essa nos chamou atenção pela ação, pelo envolvimento desses membros do bairro em ações voltadas para a própria comunidade", destacou a pedagoga.
Problemas relacionados com maus tratos de idosos e crianças, briga entre vizinhos e casais, são alguns exemplos de conflitos resolvidos desde 2016, quando o Comunidade em Círculos foi implementado pela primeira vez no distrito do Bailique, a 180 quilômetros da capital.
Carmem Duarte (à direita), coordenadora do Casp — Foto: Victor Vidigal/G1
Moradora do bairro Congós há 28 anos e coordenadora do Casp, a técnica de enfermagem Carmem Duarte espera que com o curso outras pessoas da comunidade façam o trabalho de pacificação dos conflitos.
"Se eles [participantes do curso] que estão na igreja e escolas do bairro fizerem a sua parte vão estar ajudando muito porque não vai ser só eu preocupada com essas situações, mas outras pessoas também vão estar contribuindo", contou Carmem.
Uma delas é a agente comunitária de saúde Arlene Socorro, de 44 anos, que pensa em usar os conhecimentos do curso no próprio trabalho, em situações que ela ainda não sabe a melhor forma de agir.
"No decorrer do meu trabalho nas visitas domiciliares que eu faço nas áreas periféricas me deparo muito com situações de crianças abandonadas pelos pais, sozinhas em casa durante o dia, sem alimentação e sujas. E esse curso que estou fazendo vai contribuir muito para eu saber lidar", admitiu Arlene.
Sede do Centro de Atividades Sociais da Periferia (Casp), no bairro Congós, em Macapá — Foto: Victor Vidigal/G1
Por Victor Vidigal, G1 Amapá,22.7.2019.
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