Cíntia Sasse / Jornal do Senado
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13 de dez. de 2010
ESPECIAL - Novo CPP permitirá ao país criar cultura de pacificação, diz procurado
Cíntia Sasse / Jornal do Senado
Artigo: Violência no Rio de Janeiro e Justiça restaurativa
Como a maioria, igualmente, me vejo agora observando o controle aparentemente real da polícia e das UPPs em alguns dos pontos mais violentos do Rio, vide as comunidades do Complexo do Alemão, e que parece estar dando certo.
Análises lúcidas e muito mais fundamentadas do que a minha já foram feitas. Recomendaria vivamente a leitura da lúcida análise do ex-secretário de Segurança Luiz Eduardo Soares, que profetiza o declínio do tráfico e alerta contra a falácia do pastiche midiático que encobre e camufla a realidade e a gravidade da situação. Segundo ele, o tráfico, estrangulado, vive o desespero de seus últimos estertores.
Gostaria apenas de, aqui, defender um conceito de justiça que me parece essencial não apenas do ponto de vista da fé e da teologia – meu ponto de vista específico e especializado – mas do meramente humano. Se o que a fé e a teologia dizem não for humano ou não tocar nas fibras mais sensíveis da humanidade, de pouco valem. Assim o entendeu o Concilio Vaticano II ao afirmar que a Igreja é “perita em humanidade”.
Como modesta representante do gênero humano, sinto-me irmanada em humanidade com todos os envolvidos na tragédia recente de nossa cidade: bandidos ou mocinhos (sic), de um lado ou de outro. E sobretudo com os pobres, habitantes dessas comunidades carentes, honestos pais e mães de família, crianças indefesas, jovens. Todos são vítimas, de uma maneira ou de outra.Devido à falta de justiça que impera em nossa sociedade e faz de nosso país, embora tenha crescido em respeito no cenário internacional, um dos mais desiguais do mundo, todos são vítimas.
A injustiça é a mãe perversa da violência. À medida que cresce, se avoluma, gera rancor, amargura e faz com que corações se endureçam e o desespero leve as pessoas que se veem sem saída buscá-la onde não existe. Começa pequeno, vai crescendo e de repente alguém mais esperto resolve organizar. Pronto. A coisa ganha dimensões gigantescas e envolve todo mundo em sua espiral mortífera.
Como bem afirma Luiz Eduardo Soares, em momento de aguda crise não adianta pensar em soluções paliativas. Há que se fazer cirurgia e cortar fundo, a fim de estancar a hemorragia que ameaça deixar exangue a cidade e todos os seus filhos. Porém, uma vez a ferida comece a cicatrizar, há que pensar com a cabeça e sobretudo com o coração.
Acumular cadáveres e exibi-los como troféus não vai nos levar muito longe. Toda justiça meramente retributiva acaba cobrando o mesmo preço que pagou. Disso a humanidade tem experiência desde os tempos bíblicos. E Jesus de Nazaré não se cansa de ensinar isso em seu Evangelho. Seu conselho de amar os inimigos, dar a outra face ao agressor e caminhar duas milhas não é uma insanidade, mas apenas um caminho para re-encontrarmos o caminho de nossa humanidade que ameaça perder-se.
Toda justiça só é justiça se for restaurativa, justamente porque apenas aí se entra em um processo de reconstrução do que se perdeu em humanidade com a violência. O sistema carcerário, no Brasil e no resto do mundo, é um exemplo disso. Claro que deve haver instituições que privem os criminosos de sua liberdade, mas não para torturá-los ou torná-los ainda mais peritos em crime. E sim para reabilitá-los e devolvê-los ao convívio social sanados da distorção de comportamento que os levou à prisão. Ora, o que vemos é, ao contrário, delinquentes primários serem presos e se tornarem criminosos contumazes e de alta periculosidade devido à falta absoluta de condições que a carceragem oferece.
Exercer justiça, sim. E todos damos graças a Deus pela eficiência que a polícia tem demonstrado nessa última crise que o Rio vive. Parece que entramos em um caminho que pode ter solução e saída. Mas é preciso que o objetivo seja sanar os problemas e restaurar a normalidade. Não a punição e a violência devolvidas duplicadas ou triplicadas à violência exercida e criminalizada.
A cidade, o país, clamam por uma reflexão e sobretudo por uma prática séria em torno de como introduzir real e concretamente a justiça restaurativa no tratamento de seus grandes conglomerados urbanos. Quem sabe isso não levará a uma feliz decisão de rever o resultado do plebiscito de 2005, que decidiu pela manutenção da legalidade do porte de armas?
Uma cidade desarmada e justa para todos – podemos e devemos sonhar com isso sobretudo quando nos preparamos para celebrar o Natal, festa da impossibilidade feita realidade de um Deus assumir nossa humanidade dividida e pecadora. Bom Advento para todos e todas com estas reflexões que esperamos frutíferas.
Fonte: Extraonline -Enviado por Maria Clara Bingemer -09/12/2010.
8 de dez. de 2010
CNJ quer incluir conciliação nos cursos de Direito
O Conselho Nacional de Justiça defendeu que seja introduzida no currículo dos cursos de Direito a disciplina da conciliação, que ensine a buscar a solução consensual para os conflitos de naturezas diversas, seja por meio de mediação, conciliação ou mesmo de arbitragem.
A posição foi manifestada pela juíza Morgana Richa, conselheira do CNJ, nesta segunda-feira (6/12), no Rio de Janeiro, na abertura do 4º Encontro Nacional do Judiciário.
Segundo a juíza, hoje a formação do profissional na área jurídica hoje está focada no litígio. "No curso de Direito, seja material ou processual, durante os cinco anos de formação o aluno é preparado para o litígio."
Morgana disse que o CNJ está trabalhando a conciliação também como política pública. "Que seja incluída uma disciplina obrigatória nos cursos de formação que trate desta solução consensual: seja ela por meio da mediação, da conciliação ou até mesmo da arbitragem."
As informações são da Agência Brasil.
5 de dez. de 2010
ESPECIAL - Justiça Restaurativa produz resultados satisfatórios
Em Sidrolândia medidas socioeducativas são discutidas em audiência pública
Dentre os participantes estavam Maria Cecília da Costa, integrante do Programa de Atendimento da Justiça Restaurativa, desenvolvido pela Coordenadoria da Infância de MS, que discorreu sobre as ações do programa; Paulo Cesar Dutra Paes, que falou sobre as orientações do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE); o deputado Pedro Kemp, que discorreu sobre a ação parlamentar para medidas socioeducativas, além da juíza Silvia Eliane Tedardi da Silva e da assistente social Ioara Moura (ambas daquela comarca) e de representantes da Defensoria Pública, do Ministério Público e de membros da sociedade civil organizada.
Para Ioara, o evento foi de suma importância no cenário atual. “Especialmente se considerarmos o crescimento da violência perante a população infanto-juvenil de nossa comarca. Acredito que o alinhamento de todos os esforços tornará possível a inclusão social dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, bem como no fortalecimento de sua cidadania”.
Maria Cecília, que representou o Des. Joenildo de Sousa Chaves, Coordenador da Infância e Juventude de MS, contou que os participantes estavam sensibilizados, envolvidos e demonstraram interesse em implantar a Justiça Restaurativa em Sidrolândia.
“A Justiça Restaurativa é um outro alento, uma nova oportunidade de resgatar os adolescentes. Os presentes não conheciam a Justiça Restaurativa Juvenil, que envolve o adolescente em conflito com a lei, nem a Justiça Restaurativa nas Escolas. Em dezembro, devo voltar à comarca para participar da capacitação dos agentes executores das medidas socioeducativas e conselheiros tutelares. Sem dúvida, foi uma ótima audiência”, concluiu Cecília. (TJMS)
Fonte: (VO) - Capital News
29 de nov. de 2010
Círculos Restaurativos nas Escolas - Artigo Zero Hora
Judiciário do Paraguai implantará modelo de Justiça Restaurativa
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19 de nov. de 2010
Artigo: À PROCURA DA RESTAURAÇÃO NOS (E DOS) JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS.
Autor: LUIZ AUGUSTO DA VEIGA ELIAS |
RESUMO |
No presente artigo, visa-se realizar uma abordagem sobre o uso complementar e facultativo de procedimentos de Justiça Restaurativa no sistema dos Juizados Especiais Criminais, como forma paralela de integrar e/ou auxiliar a administração de conflitos de menor potencial ofensivo. Analisa-se, para tanto, o processo dinâmico e flexível previstos nos moldes restauradores, destacando sua importância e seus objetivos de reparação dos danos e aplicação de medida não-privativa de liberdade, baseada em princípios norteadores a colimar uma Justiça mais próxima da realidade social, possibilidades da conciliação e da transação. Desta forma, procura-se demonstrar – igualmente – o grau de viabilidade, compatibilidade, adaptabilidade e aplicabilidade das práticas restaurativas no ordenamento jurídico brasileiro, mais especificamente nos conflitos de baixa gravidade, assim como seus contornos práticos legais e igualitários da obtenção de resultados, através da participação ativa da vítima, do infrator e da comunidade. Então, a problematização ou questionamento teórico que se propõe solucionar é de que: embora seja desejável um marco legal permissivo do uso de procedimentos de Justiça Restaurativa na área criminal, é sustentável a tese de que a Lei n.º 9.099/95 pode respaldá-los, como complemento do sistema?. Acesse o artigo: http://www.justica21.org.br/webcontrol/upl/bib_425.pdf |
I Seminário de Justiça Juvenil Restaurativa na Baixada Fluminense Leia mais em: http://noticias.sitedabaixada.com.br/cidades/nova-iguacu/2010/11/13/i-seminario-de-justica-juvenil-restaurativa-na-baixada-fluminense/#ixzz15kKKpzg2
Fonte: SB Notícias.
Justiça Restaurativa é a nova medida para jovens infratores
O diretor-executivo da Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis) e também convidado, Gerardo Mondragon, explica que "temos que adotar medidas educativas de prevenção para reverter o cenário nacional e internacional. Não adianta punir e reprimir o jovem infrator se ele não teve uma base educativa, pois isso propicia a exclusão social e aumenta a quantidade de crimes. A nossa campanha, portanto, é realizar a justiça restaurativa", explicou.
Para a juíza da II Vara da Infância e da Juventude da Serra, Janete Pantaleão Alves, a educação é a base do enriquecimento cultural e um grande passo para a erradicação da violência. "Muitos jovens cometem atos ilícitos porque não tem uma orientação familiar adequada e muito menos da sociedade em que estão inseridos. E essa ausência de educar ao invés de punir, proporciona atos de violência e vandalismo que não são esperados para essa faixa-etária", disse a juíza da II Vara da Infância e da Juventude da Serra, Janete Pantaleão Alves.
Além de palestras, o visitante poderá participar ativamente de debates que serão realizados entre os intervalos. O evento está acontecendo no Centro de Educação Ambiental da ArcelorMittal Tubarão e vai até amanhã.
Promovida abertura do Curso de Iniciação em Justiça Restaurativa no Piaui
Teve início nesta terça-feira, 09 de novembro de 2010, o Curso de Iniciação em Justiça Restaurativa, que será ministrado de 09 a 12 do corrente mês, de 15h às 19h, na AMAPI, pelas assistentes sociais do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Lenice Pons Pereira e Fabiana Nascimento de Oliveira. O curso busca levar o conhecimento das práticas restaurativas à pessoas que atuam na área criminal, visando sua instituição no Estado do Piauí. A prática da Justiça Restaurativa está implantada e em pleno funcionamento, no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em vara de competência para execução de medidas sócio-educativas a adolescentes infratores da comarca de Porto Alegre. Aqui no Piauí a Justiça Restaurativa será implantada inicialmente na Vara de Execuções Penais, que tem como responsável a juíza de direito Dra. Lizabeth Maria Marcheti. O Presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, Desembargador Edvaldo Pereira de Moura, fez a abertura do curso e enfatizou a sua importância para a Justiça. Presentes no curso também, o Desembargador José Bonifácio Júnior, O juiz auxiliar da presidência, Dr. José Vidal de Freitas Filho e a Dra. Lizabeth Maria Marcheti. |
Judiciário do Piauí realiza curso sobre a Justiça Restaurativa nesta terça
Fonte: 45 Graus.
1 de nov. de 2010
As novas gerações precisam estar conectadas', afirma Kay Pranis
Norte-americana participou de seminário sobre Justiça Restaurativa em Caxias do Sul nesta semana
- É maravilhoso ver as crianças em um ambiente que é amável e estimulante - afirma Kay, que conheceu o projeto na manhã de quarta-feira.
De fala suave, Kay atua como facilitadora dos chamados Processos Circulares de Construção da Paz. Cada vez mais presente em escolas, varas de infância e juventude, serviços sociais e famílias para ajudar adultos e jovens se relacionarem sem conflitos, os círculos baseiam-se no diálogo para promover a solução dos problemas. O processo envolve todas as partes afetadas no intuito de corrigir alguma situação. Em Minnesota (EUA), os círculos foram introduzidos no sistema judicial como intervenção coerente com os princípios da Justiça Restaurativa, filosofia surgida no final da década de 1970 cuja premissa é reagir aos males de modo a criar um futuro melhor, em vez de criar mais prejuízos.
- É uma maneira de pensar de uma forma mais construtiva. Um processo que pode ser usado para criar comunidades mais fortes, que se auto-regulam e não dependem tanto dos sistemas de governo.
Em Caxias desde o último domingo, a palestrante também ministrou um curso para 25 servidores municipais sobre a pacificação de conflitos e situações de violência envolvendo crianças e adolescentes. Entre uma atividade e outra, Kay se surpreendeu com a hospitalidade caxiense e a fartura da culinária da região. Entre outras especialidades, provou um rodízio de pizza, em Caxias, e se fartou em um café colonial em Nova Petrópolis.
- Não fazia ideia de quanto "italiana" era Caxias. Não é a imagem que eu tinha do Brasil - revela.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida nesta semana.
Kay: Família e comunidade, porque a família, sozinha, não é suficiente. Ela precisam da ajuda da comunidade. Cada um de nós, em nossas vidas particulares, é útil. Temos de prestar atenção nas famílias ao nosso redor que precisam de nossa ajuda. Cada membro da comunidade tem um papel a desempenhar no que diz respeito a ajudar os jovens. E, se você vê os jovens em conflito, deve oferecer a possibilidade de sentar-se com eles e ajudá-los a ter diálogo, dar atenção. Pelo menos nos Estados Unidos, as famílias foram muito abandonadas. Elas precisam da ajuda da comunidade.
Pioneiro: Quais as preocupações mais comuns do jovem?
Kay: Os conflitos, são, frequentemente, os mesmos. As questões mais recorrentes são que os jovens não sentem que têm um espaço. Eles não têm sentimento de pertença, não se sentem valorizados. Nos Estados Unidos, o papel principal dos adolescentes é como consumidores. O consumo é o valor principal. Precisamos encontrar meios de ajudá-los a estar em um lugar ajudando outros jovens. Assim, eles podem ver que têm talentos a oferecer, que fazem diferença para alguém. Precisamos encontrar meios de fazer com que os jovens se envolvam em trabalhos com pessoas mais velhas. Assim, eles saberão que podem levar alegria à vida de alguém mais velha, e podem segurar em suas mãos porque ainda têm muita energia. As novas gerações precisam estar mais conectadas. As vizinhanças precisam estar mais conectadas.
Pioneiro: Em que sentido a mídia é responsável por isso?
Kay: Os meios de comunicação desempenham um grande papel porque mostram a ideia de a juventude cometer erros, de fazer coisas erradas, o que reforça o senso de egoísmo. A mídia não conta muitas histórias sobre coisas boas. É duro, é uma questão cultural. Sempre há exceções. Jovens são professores maravilhosos uns para os outros e a mídia pode criar um vácuo nessa questão de interagirem entre si.
Pioneiro: E como os pais podem contribuir?
Kay: Uma direção que podemos tomar é começar a "treinar" os pais sobre como usar a conversa em suas próprias casas, porque isso faria um lar mais pacífico quando há discordâncias ou diferenças. Se pudéssemos usar isso mais frequentemente, não haveria tantos conflitos, as pessoas não seriam tão magoadas.
Pioneiro Os conflitos do jovem brasileiro e norte-americano são similares?
Kay: Parece ser. Não tenho conhecimento profundo sobre o Brasil, mas minha percepção é que sim. Pessoas são pessoas pessoas aqui e lá.
Pioneiro: Como a pobreza e a violência podem influenciar no comportamento do adolescente?
Kay: Minha experiência é com os Estados Unidos, onde o problema da violência é muito sério em algumas cidades e nas quais vemos maior violência porque os jovens sentem que não há esperança para suas vidas. Nas comunidades mais pobres, as drogas estão sendo devastadoras, e há a perda do senso de objetivo comum. Não há o senso, para os mais novos, de que uma comunidade maior se importar com o que acontece com eles, então pensam "por que devo me importar se não se importam comigo?". Outros pensam que "se eu não me impuser, vão passar por cima de mim e tirar vantagem" E isso gera violência. O problema da pobreza é o que deflagra todas as outras questões que envolvem sofrimento de pessoas.
Fonte: PIONEIRO. Justiça | 31/10/2010. Diego Adami | diego.adami@pioneiro.com
29 de out. de 2010
Artigo: Justiça retributiva e justiça restaurativa
27/out/2010
Por Carlos Eduardo NevesCarlos Eduardo Neves,carlos@direitonet.com.br.Advogado, bacharel pela Faculdade de Direito de Sorocaba (FADI), coordenador de pauta do site DireitoNet, estagiou, por 2 anos, na Defensoria Pública do Estado de São Paulo - Regional de Sorocaba.
Entregam prêmio internacional de DH à resistência hondurenha
A homenagem teve lugar no encerramento ontem à noite do VII Congresso Internacional sobre Direitos Humanos, realizado na Universidade de El Salvador, informou a Prensa Latina Glória Anaya, filha mais velha do mártir.
Herbert Anaya Sanabria foi assassinado por desconhecidos ainda impunes o 26 de outubro de 1987, quando era presidente da Comissão não governamental de direitos humanos de El Salvador (Cdhes), recordou.
Durante o ato foi entregado o prêmio nacional de Direitos Humanos Herbert Anaya ao Comitê de Mães Monsenhor Romero (Comadres).
O Congresso levou como tema central "Memória Histórica, verdade e justiça restaurativa: demanda das novas gerações", e foi celebrado nos dias 25 e 26 deste mês.
A Frente de Resistência de Honduras foi fundado em Honduras por organizações populares o 28 de junho de 2009, horas após o golpe militar que derrocou ao presidente constitucional Manuel Zelaya.
26 de out. de 2010
INSCRIÇÕES ABERTAS PARA CURSO DE JUSTIÇA RESTAURATIVA EM NOVEMBRO
Leoberto Brancher
Escola Superior da Magistratura da AJURIS
Núcleo de Justiça Restaurativa
19 de out. de 2010
Justiça nas Escolas
Esteio discute violência em Seminário
Com entrada franca, o seminário deve contar com ampla participação de entidades, conselhos, lideranças e representantes do poder público. A programação inclui palestras temáticas com especialistas nas relações entre violência e juventude, família e ambiente escolar, além do tema da justiça restaurativa.
Jornal Correio de Notícias. 19/10/2010
15 de out. de 2010
OAB gaúcha abre inscrições para curso de mediação
Podem participar do Curso de Capacitação em Mediação todos os profissionais que demonstrem disponibilidade e perfil para atuar nas ações de mediação. A seleção dos participantes será feita por meio da análise do formulário de inscrição, no qual o interessado deve informar seus horários disponíveis, atuação profissional, formação e cidade onde mora.
Com informações da Assessoria de Imprensa da OAB-RS.
11 de out. de 2010
Palestras e debates marcam o segundo dia do II Seminário de Justiça Criminal do CNJ
Silvio Marques lembrou que a primeira reflexão sobre um Plano de Gestão teve início durante o I Seminário, em 2009. O desembargador revelou o fato de que diariamente chegam ao Conselho Nacional de Justiça sugestões, dúvidas e reclamações a respeito de novos métodos de trabalho, que servem como ponto de partida para discussões sobre o estabelecimento do Plano de Gestão.
Ele lembrou ainda que o Judiciário não pode abrir mão de seu direito-dever de processar, julgar e fazer com que a pena seja cumprida em sua plenitude, isto é, chegando ao ponto de recuperar e reintegrar na sociedade aquele que se afastou de suas regras. "Ao Poder Executivo, quer seja pela sua Secretaria de Segurança, de Justiça ou de Administração Penitenciária, cabe apenas colaborar com o Poder Judiciário nessa sua atividade", completou.
O conselheiro Walter Nunes da Silva Junior, do CNJ, falou sobre "Técnicas de gestão para a simplificação e celeridade da função jurisdicional criminal". Ele revelou que, ao longo do tempo o CNJ, principalmente por meio dos mutirões carcerários e da atuação da Corregedoria Geral, vem identificando uma série de problemas que levaram à constituição de um grupo de trabalho para diagnosticar que modelo de Plano de Gestão deveria ser colocado em prática, plano este que ainda não está acabado, mas cuja aplicação vem sendo adotada em diversos pontos do País.
Em relação ao seminário, Walter Nunes disse que seu grande objetivo é difundir essa iniciativa de uma forma crítica. "Trata-se de um plano que não foi construído de cima para baixo ; tenho certeza de que muitos de vocês que aqui estão participaram e ainda participam de sua elaboração, pois ele ainda não está pronto", afirmou. E completou dizendo que a grande finalidade do Plano de Gestão é a adoção de rotinas inteligentes visando a melhoria dos trabalhos através do princípio da simplificação do processo.
Completando a programação da manhã, os juízes auxiliares da Presidência do CNJ Márcio André Keppler Fraga e Luciano Losekann, e o juiz auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça do TJ/SP, Cláudio Pedrassi, falaram sobre o "Projeto Eficiência".
Pedrassi começou falando da alegria de São Paulo em sediar o Seminário. Para ele, uma das maiores virtudes do CNJ foi fazer com que os tribunais se conheçam. O magistrado enfatizou a importância da Justiça Criminal ao lembrar que não foi à toa que o CNJ elegeu o ano de 2010 como o "ano da Justiça Criminal". Ele citou alguns números para mostrar a situação do judiciário paulista.
Em 1990 o TJ/SP tinha 54 mil servidores e 9 milhões de processos em andamento; hoje tem 45 mil funcionários e o número de processos dobrou – 18 milhões. Pedrassi revelou que, dentro da implantação do Plano de Gestão, estão sendo feitos estudos para a reestruturação das varas criminais. Segundo ele, "existe a ideia de trazer para o Foro Central todos os processos criminais, deixando para os Foros Regionais só casos de violência doméstica e aqueles atendidos pelos juizados especiais criminais".
O juiz Márcio André Keppler Fraga falou da atualidade de palavras e expressões como gestão, planejamento estratégico e metas. "Alguma coisa está errada com o Planejamento Estratégico do Poder Judiciário e esse erro está nos métodos de trabalho, na gestão. O processo de gestão nunca está pronto, acabado; está sempre em busca de se alcançar os melhores resultados através de métodos de trabalho".
Ele citou o exemplo das fábricas de automóveis coreanas e japonesas, cuja eficiência tem atraído as grandes indústrias de veículos europeias e americanas. "No Judiciário também é importante que se adotem novos e eficientes métodos de gestão para melhorar a produtividade dos servidores e do próprio Judiciário, assim como deveria acontecer também no Ministério Público e na Polícia".
Luciano Losekann disse que o Projeto Eficiência surgiu da constatação de que o trabalho do magistrado não se esgota com o despacho, com a sentença.
"Durante a realização dos mutirões carcerários foram detectados os tipos de problemas mais freqüentes nas unidades judiciárias. Problemas como estrutura física inadequada na maioria das serventias; excessiva e crescente demanda de processos ; demora no cumprimento das atividades cartorárias; falta de qualificação e capacitação de servidores ; ausência de organização funcional, método e rotina de trabalho, o que gera uma enorme insatisfação dos servidores, e outros". Losekann citou também a solução apresentada pelo Projeto Eficiência, que passa pela valorização do capital humano, capacitação, movimentação e mudança de filosofia; melhoria da comunicação interna; maior compromisso dos magistrados e maior dedicação dos servidores; melhora no relacionamento entre os colegas e na integração entre juízes e servidores.
À tarde, em mesa presidida pelo juiz Márcio Keppler, o palestrante Francisco Paulo Soares Lopes falou sobre o "Aperfeiçoamento de Magistrados e capacitação de servidores pelas escolas de magistratura e pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM)". "Compete à ENFAM regulamentar, autorizar e fiscalizar cursos oficiais para ingresso, vitaliciamento e promoção na carreira da magistratura ; aproximar ainda mais o Judiciário da realidade do cidadão ; e facilitar a troca de experiências entre magistrados, além de ter como uma de suas iniciativas principais a criação de um ambiente de efetiva colaboração entre juízes", explicou Francisco Lopes.
Na sequência, representantes de Corregedorias Gerais da Justiça de diversos tribunais brasileiros apresentaram práticas positivas implementadas nos Estados/Regiões a partir do Plano de Gestão das varas Criminais, a saber : TJ/SE – "Controle eletrônico da situação prisional de réu preso cautelarmente" ; TJ/RO – "Projeto Ressoar – Resgate Social do apenado em Rondônia"; TRF da 1ª região – "Gabinete integrado de execução de penas e medidas alternativas da Seção Judiciária de Goiás" ; TJ/RS – "Sistema de consultas integradas com informações de segurança pública, departamentos de trânsito e Poder Judiciário" ; TJ/DF – "Requisição eletrônica de presos e policiais para audiências" ; e TJ/SP – "Execução criminal / Força-tarefa / Super VECs – reestruturação das Varas de Execuções Criminais".
Em mesa presidida pelo conselheiro Felipe Locke, do CNJ, o professor argentino Norberto Daniel Barmat proferiu palestra sobre o tema "Justiça penal consensual : perspectivas, propostas e limitações no direito e prática judiciárias brasileiros".
Tendo atuado como advogado criminalista na província de Córdoba e também pela experiência em sua tese de doutorado sobre Justiça Restaurativa, o professor afirmou que "para neutralizar o dando causado à vítima ou ao ofendido, seu autor deve repará-lo. Mas, para isso, deve obter algum tipo de benefício como contrapartida". Norberto Barmat dissertou ainda acerca do princípio da oportunidade e sua harmonização com a mediação nos processos na América Latina, com previsão legal em países como Peru, Guatemala, Venezuela, El Salvador e algumas províncias argentinas. "O princípio da oportunidade já está inserido na legislação brasileira, mas falta uma aplicação prática mais efetiva. O direito penal tem suas limitações e seria conveniente utilizá-lo como último recurso, quando outras soluções não forem possíveis. O sistema penal deve ser reservado aos casos mais graves. É indispensável buscar alternativas à sanção penal baseada na privação da liberdade", concluiu o professor.
No término dos trabalhos, a justiça penal consensual foi debatida pelo juiz de Direito Luís Geraldo Lanfredi, do TJ/SP, e pelo desembargador Geraldo Prado, do TJ/RJ.
Para Lanfredi, "a justiça penal consensual não foi materializada pelo advento, há quinze anos, da lei 9.099/95 (clique aqui), que instituiu a criação dos Juizados Especiais Criminais (JECRIMs) para resolver os crimes de menor potencial ofensivo, cujas penas não ultrapassem dois anos. Não conseguiu se impor como a nova justiça penal que todos desejávamos ou ao menos esperávamos. Mais JECRIMs não significaram menos delitos e menos problemas". "Não temos como falar de consenso quando o Estado deixa de prestar o mínimo necessário para o bem-estar de todos. A experiência da aplicação prática da lei 9.099/95 deve ser repensada, pois sua intenção, em alguns casos, foi menoscabada. A justiça penal consensual no Brasil, enfim, não se aproximou do jurisdicionado, mas encerrou-se em seu próprio egocentrismo. É necessário o investimento em uma nova cultura jurídica, interdisciplinar, em que haja a intervenção de profissionais de múltiplas áreas", disse Luís Geraldo Lanfredi.
O desembargador Geraldo Prado, do TJ/RJ, por sua vez, entende que "com a lei dos Juizados Especiais Criminais, houve uma promessa de aceleração dos casos que, de fato, não ocorreu. Está errado a justiça penal consensual no Brasil passar pelo estabelecimento de pena". Geraldo Prado encerrou sua fala afirmando : "A não acusação pode ser o caminho para a solução dos conflitos. É preciso quebrar mitos como a obrigatoriedade da ação penal. Temos mecanismos para avançar e podemos, a partir do dia-a-dia, superar esse quadro. Sem conhecer a realidade não se vai a lugar algum".
“É chegada a hora de inverter o paradigma: mentes que amam e corações que pensam.” Barbara Meyer.
"A educação e o ensino são as mais poderosas armas que podes usar para mudar o mundo ... se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." (N. Mandela).
"As utopias se tornam realidades a partir do momento em que começam a luta por elas." (Maria Lúcia Karam).
“A verdadeira viagem de descobrimento consiste não em procurar novas terras, mas ver com novos olhos”
Marcel Proust
Livros & Informes
- ACHUTTI, Daniel. Modelos Contemporâneos de Justiça Criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
- AGUIAR, Carla Zamith Boin. Mediação e Justiça Restaurativa. São Paulo: Quartier Latin, 2009.
- ALBUQUERQUE, Teresa Lancry de Gouveia de; ROBALO, Souza. Justiça Restaurativa: um caminho para a humanização do direito. Curitiba: Juruá, 2012. 304p.
- AMSTUTZ, Lorraine Stutzman; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para escolas: responsabilidade e ambientes de cuidado mútuo. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
- AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de; CARVALHO, Salo de. A Crise do Processo Penal e as Novas Formas de Administração da Justiça Criminal. Porto Alegre: Notadez, 2006.
- CERVINI, Raul. Os processos de descriminalização. 2. ed. rev. da tradução. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
- FERREIRA, Francisco Amado. Justiça Restaurativa: Natureza. Finalidades e Instrumentos. Coimbra: Coimbra, 2006.
- GERBER, Daniel; DORNELLES, Marcelo Lemos. Juizados Especiais Criminais Lei n.º 9.099/95: comentários e críticas ao modelo consensual penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
- Justiça Restaurativa. Revista Sub Judice - Justiça e Sociedade, n. 37, Out./Dez. 2006, Editora Almedina.
- KARAM. Maria Lúcia. Juizados Especiais Criminais: a concretização antecipada do poder de punir. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
- KONZEN, Afonso Armando. Justiça Restaurativa e Ato Infracional: Desvelando Sentidos no Itinerário da Alteridade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.
- LEITE, André Lamas. A Mediação Penal de Adultos: um novo paradigma de justiça? analise crítica da lei n. 21/2007, de 12 de junho. Coimbra: Editora Coimbra, 2008.
- MAZZILLI NETO, Ranieri. Os caminhos do Sistema Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
- MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Fávio. Criminologia. Coord. Rogério Sanches Cunha. 6. ed. rev., atual e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
- MULLER, Jean Marie. Não-violência na educação. Trad. de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Atenas, 2006.
- OLIVEIRA, Ana Sofia Schmidt de. A Vítima e o Direito Penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no direito penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.
- PALLAMOLLA, Raffaella da Porciuncula. Justiça restaurativa: da teoria à prática. São Paulo: IBCCRIM, 2009. p. (Monografias, 52).
- PRANIS, Kay. Processos Circulares. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
- RAMIDOFF, Mario Luiz. Sinase - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - Comentários À Lei N. 12.594, de 18 de janeiro de 2012. São Paulo: Saraiva, 2012.
- ROLIM, Marcos. A Síndrome da Rainha Vermelha: Policiamento e segurança pública no século XXI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2006.
- ROSA, Alexandre Morais da. Introdução Crítica ao Ato Infracional - Princípios e Garantias Constitucionais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.
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