3 de abr. de 2018

Círculo de Paz é realizado em Escola de Cuiabá

A adoção de técnicas da justiça restaurativa no âmbito escolar tem se expandido com os Círculos de Construção de Paz. Vários profissionais estão sendo capacitados para atuarem como facilitadores e na última terça-feira (27 de março), o juiz Jamilson Haddad foi um dos magistrados que recebeu o treinamento, que ocorreu na Escola Municipal Maria Tomich Monteiro da Silva, em Cuiabá.
Na oportunidade, 19 profissionais do corpo docente da unidade de ensino participaram do estágio coordenado pelo magistrado. Esta é uma ação do Núcleo de Justiça Restaurativa (NugJur) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
A metodologia é feita por meio de uma roda de conversa, onde todos ficam em mesmo nível de igualdade, dando vez e voz para cada um falar das coisas que vêm do seu coração, de si mesmo. Não são determinadas questões relativas à racionalização. É uma forma de dar o poder de fala àqueles que integram o Círculo de Construção de Paz e o reflexo prático é a convivência de forma mais harmoniosa, com resultados positivos.
“Esse trabalho só traz coisas boas. Quando enxergo o outro de igual pra igual eu encontro soluções mais rápidas para qualquer tipo de situação que me apareça. Por isso levamos para os círculos a conversa, o diálogo, a boa comunicação, o olhar para o outro. Quando a gente se coloca no lugar do outro a gente começa a ver que ele também precisa da gente e junto ficamos mais fortes”, explicou a psicóloga e facilitadora de Círculos de Justiça Restaurativa e de Construção de Paz, Roseli Saldanha.
No primeiro momento, Jamilson Haddad falou sobre as diretrizes da Justiça Restaurativa nos Círculos de construção de paz, que estabelece a igualdade de fala e que essa oportunidade é para se ouvir o outro. O magistrado disse estar feliz e honrado por fazer esse trabalho por meio do Tribunal de Justiça e agradeceu o carinho com que foi recebido na escola. “Ao chegar aqui, uma mãe de aluno disse se sentir feliz por seu filho estudar nesta instituição, porque é um lugar muito bom e isso guarda total relação com o trabalho do Tribunal de Justiça, que a Justiça Restaurativa”.
De acordo com o juiz, essa prática vai agregar muito para a vida escolar, para o corpo docente, que vai poder reproduzir na administração, nas tomadas de decisão a informação aos alunos e na vida de cada um desses restaurando a dignidade, o diálogo, a paz.
“A Justiça Restaurativa traz métodos eficientes e modernos para solução dos grandes questionamentos que são levados ao interesse público, em se tratando do ser humano. O professor restaurado influencia diretamente na harmonia, nessa prática de ensino junto aos alunos de modo a trazer um benefício para toda comunidade escolar. É um ganho real em relação à qualidade de vida de maneira respeitosa no sentido de valorizar cada professor e com isso será valorizado cada aluno”, complementou.
A diretora da Escola, Maria Estevina participou da dinâmica e ressaltou a importância desse trabalho desenvolvido pelo judiciário. Na avaliação dela vai ajudar os profissionais a lidar melhor com os conflitos, tanto entre as crianças, quanto entre as crianças e suas famílias. “Esse é mais um instrumento para a gente melhorar nosso dia a dia. A expectativa é a melhor com essa metodologia e estamos sempre abertos e curiosos para conhecer e aprender novas práticas, para refletirmos no processo ensino-aprendizado da criança”.
A professora da educação infantil, Iracilda Domingas Ferreira também participou do Círculo de Construção de Paz e disse ser de suma importância o desenvolvimento de um trabalho como este na comunidade escolar. “Sinto muita gratidão a Deus por oportunizarem a nós esse momento com tanto carinho. É até de se emocionar porque hoje o mundo está tão esvaído dessas coisas que a gente se sente muito acolhido. E esse acolhimento é muito importante em qualquer situação das nossas vidas, é um momento único. Espero que tudo venha a agregar em um bom relacionamento e convivência para transmitir aos colegas, alunos e comunidade escolar”, finalizou.
A capacitação - Jamilson Haddad fez o curso teórico sobre o tema em dezembro, oferecido pelo TJMT. Para se tornar um facilitador precisa passar pelo estágio vivencial e participar de mais quatro encontros como este. Após, ele poderá realizar os Círculos de Construção de Paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário