Espaço objetivou a formação e discussão de profissionais de comunicação sobre os temas.
Aconteceu na manhã de segunda-feira, 03.12, a oficina “Adolescente em Conflito com a Lei, a Mídia e as Práticas Restaurativas”, direcionada para jornalistas e assessores de imprensa, no auditório da Defensoria Pública Geral do Ceará.
A oficina abordou a cobertura da mídia relativa ao adolescente em conflito com a lei e o comportamento dos profissionais de comunicação, promovendo formação temática e o fortalecimento das práticas restaurativas.
O momento buscou dialogar sobre a cobertura dos meios de comunicação e atuação de seus profissionais, que muitas vezes, acabam por fortalecer estigmas e reproduzir preconceitos relativos ao adolescente que cometeu ato infracional, estimulando boas práticas de cobertura.
Estiveram presentes profissionais de diversos veículos de comunicação e assessorias. No primeiro bloco, o defensor público Alfredo Romcy Neto expôs aos participantes como funciona o trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (Nadij), e explanou sobre as unidades socioeducativas em Fortaleza.
Em seguida, a promotora de Justiça Antônia Lima Sousa, coordenadora do Centro de Apoio Operacional à Infância e Juventude (Caopij), discorreu sobre o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e o papel do Ministério Público no sistema de garantia de direitos. A promotora frisou a importância de boas coberturas midiáticas que utilizam critérios de proteção como a não utilização de iniciais e imagens que possam identificar o adolescente. “É preocupante a exposição na mídia de adolescentes que se atribua autoria de ato infracional sem as devidas cautelas”, disse.
Logo após, foi a vez de Renato Pedrosa, diretor adjunto da Terre des hommes Lausanne no Brasil, falar sobre a Justiça Restaurativa e a experiência desenvolvida no Núcleo de Mediação Comunitária do Bom Jardim e nas escolas Catarina Lima e Lirêda Facó, ambas no bairro. Segundo Pedrosa, as Práticas Restaurativas estão inseridas na lei do Sinase. “Os Processos Circulares se caracterizam por grupos de conversa honesta e respeitosa que levam em consideração as necessidades das vítimas, a escuta empática e oportunidade de reintegração do adolescente autor do ato de violência”, sendo essa uma possibilidade de justiça que busca a reinserção social e comunitária de adolescentes.
A segunda parte da oficina contou com uma exposição feita pela jornalista Suzana Varjão, gerente de QUALIFICAÇÃO da Andi Comunicação. Ela falou sobre a cobertura feita pela mídia em relação ao adolescente em conflito com a lei, apresentando o resultado de pesquisas desenvolvidas pela Andi e ressaltou a importância dos profissionais da imprensa terem mais sensibilidade ao lidar com as pautas relacionadas a esse público. “Para realizar uma boa cobertura jornalística, o profissional deve evitar o hiperdimensionamento (dimensionar mal o universo dos adolescentes em conflito com a lei), o mito da periculosidade (superexposição de eventos violentos de alto poder ofensivo) e o mito da impunidade (a falsa sensação que a opinião pública tem de que os adolescentes em conflito com a lei gozam de impunidade)”, explicou.
O evento faz parte das ações do VI Café Restaurativo, espaço de discussão sobre o sistema de justiça, políticas públicas voltadas ao adolescente em conflito a lei e as práticas restaurativas entre atores estratégicos da área. A ação foi realizada por Terre des hommes Lausanne no Brasil em parceria com a ANDI Comunicação, Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará, Ministério Público & Escola Superior do Ministério Público do Estado do Ceará.
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HUGO ACÁCIO
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