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14 de dez. de 2018

PNUD conclui ciclo de formação no DF sobre segurança cidadã e justiça restaurativa

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) encerrou neste mês (7), no Distrito Federal, a edição 2018 do seu curso Convivência e Segurança Cidadã, que aborda soluções baseadas na comunidade para conflitos e infrações. Com oito turmas neste ano, a formação discutiu temas como justiça restaurativa e comunitária e violência contra as mulheres.
Formação do PNUD é aberta à sociedade civil e servidores de instituições do governo. Foto: Julia Matravolgyi
Formação do PNUD é aberta à sociedade civil e servidores de instituições do governo. Foto: Julia Matravolgyi
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) encerrou neste mês (7), no Distrito Federal, a edição 2018 do seu curso Convivência e Segurança Cidadã, que aborda soluções baseadas na comunidade para conflitos e infrações. Com oito turmas neste ano, a formação discutiu temas como justiça restaurativa e comunitária e violência contra as mulheres.
Na sexta-feira passada, último dia de atividades da iniciativa, a juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Catarina Lima, explicou o que significa justiça restaurativa.
Segundo a magistrada, esse paradigma e método buscam “ver as pessoas envolvidas em determinado conflito, vitima e ofensor, com um olhar para as necessidades que surgem do crime”.
“É uma iniciativa de segurança pública, pois busca mudar não só o sistema criminal, mas toda a justiça e segurança, envolvendo policiais, Ministério Público e Defensoria Pública”, acrescentou a jurista.
De acordo com Lima, o primeiro passo para a implementação de um sistema como esse é transmitir para lideranças locais a ideia de que a comunidade, por si só, pode construir caminhos que vão além do Judiciário.
O perfil dos alunos do curso do PNUD é diverso e inclui membros da sociedade civil, policiais e líderes comunitários.
Sobre a importância da capacitação, a juíza avalia que “falar em justiça restaurativa com esse público e essa abrangência faz com que possamos sonhar em construir comunidades com justiça a partir das pessoas e não de cima para baixo”.
A agente de trânsito do Detran-DF e aluna da formação, Thais Rodrigues, contou que veio “fazer o curso como cidadã e saio me sentindo uma parte do todo”.
“No decorrer das aulas e das palestras, pude perceber a importância que o órgão em que trabalho tem para a comunidade. Foi fundamental para entender que todos nós estamos envolvidos na segurança pública, pois somos parte da sociedade”, disse.

Comunidade

Gláucia Folley, também do TJDFT, abordou os desafios de promover a justiça comunitária. Aos alunos, ela explicou que, da mesma forma que a saúde não deve ser monopólio dos médicos, a justiça não pode ser exclusiva do sistema judiciário. “A justiça precisa superar muros, sair dos palácios e chegar aonde o povo está”, afirmou.
“Se pudermos superar o padrão atual e adotar um que seja de cooperação e de empoderamento, conseguiremos construir uma nação de paz”, acrescentou Folley.
Ainda na sexta-feira, Ben-Hur Viza, Fabriziane Zapata e a major Larissa de Jesus ministraram um seminário sobre prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher. Os diálogos abordaram medidas protetivas e a aplicação da Lei Maria da Penha.
Ao longo do curso, o PNUD e especialistas convidados discutem esses e outros temas, como desenvolvimento humano, indicadores e públicos vulneráveis, acesso à Justiça e mediação de conflitos, espaços urbanos seguros e formulação de planos participativos de segurança pública.

Convivência e Segurança Cidadã

O PNUD realiza o curso Convivência e Segurança Cidadã em diferentes países da América Latina há mais de 20 anos. No Brasil, as primeiras formações aconteceram em 2007, por meio de uma parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (SENASP-MJ). A edição de 2018 é a sexta no Brasil.
O curso tem como objetivo o conceito trabalhado pelo PNUD, segundo o qual a violência acontece por diferentes motivos e, assim, deve ser tratada de maneira intersetorial, com ações tanto de controle e repressão qualificada quanto de prevenção, por meio de políticas públicas integradas no nível local.
Os encontros apresentam aos participantes ferramentas que os tornem aptos a atuar na sensibilização, planejamento, monitoramento e avaliação de políticas públicas relacionadas à segurança.

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“É chegada a hora de inverter o paradigma: mentes que amam e corações que pensam.” Barbara Meyer.

“Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado opressor.” Desmond Tutu.

“Perdoar não é esquecer, isso é Amnésia. Perdoar é se lembrar sem se ferir e sem sofrer. Isso é cura. Por isso é uma decisão, não um sentimento.” Desconhecido.

“Chorar não significa se arrepender, se arrepender é mudar de Atitude.” Desconhecido.

"A educação e o ensino são as mais poderosas armas que podes usar para mudar o mundo ... se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." (N. Mandela).

"As utopias se tornam realidades a partir do momento em que começam a luta por elas." (Maria Lúcia Karam).


“A verdadeira viagem de descobrimento consiste não em procurar novas terras, mas ver com novos olhos”
Marcel Proust


Livros & Informes

  • ACHUTTI, Daniel. Modelos Contemporâneos de Justiça Criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
  • AGUIAR, Carla Zamith Boin. Mediação e Justiça Restaurativa. São Paulo: Quartier Latin, 2009.
  • ALBUQUERQUE, Teresa Lancry de Gouveia de; ROBALO, Souza. Justiça Restaurativa: um caminho para a humanização do direito. Curitiba: Juruá, 2012. 304p.
  • AMSTUTZ, Lorraine Stutzman; MULLET, Judy H. Disciplina restaurativa para escolas: responsabilidade e ambientes de cuidado mútuo. Trad. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de; CARVALHO, Salo de. A Crise do Processo Penal e as Novas Formas de Administração da Justiça Criminal. Porto Alegre: Notadez, 2006.
  • CERVINI, Raul. Os processos de descriminalização. 2. ed. rev. da tradução. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
  • FERREIRA, Francisco Amado. Justiça Restaurativa: Natureza. Finalidades e Instrumentos. Coimbra: Coimbra, 2006.
  • GERBER, Daniel; DORNELLES, Marcelo Lemos. Juizados Especiais Criminais Lei n.º 9.099/95: comentários e críticas ao modelo consensual penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
  • Justiça Restaurativa. Revista Sub Judice - Justiça e Sociedade, n. 37, Out./Dez. 2006, Editora Almedina.
  • KARAM. Maria Lúcia. Juizados Especiais Criminais: a concretização antecipada do poder de punir. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.
  • KONZEN, Afonso Armando. Justiça Restaurativa e Ato Infracional: Desvelando Sentidos no Itinerário da Alteridade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007.
  • LEITE, André Lamas. A Mediação Penal de Adultos: um novo paradigma de justiça? analise crítica da lei n. 21/2007, de 12 de junho. Coimbra: Editora Coimbra, 2008.
  • MAZZILLI NETO, Ranieri. Os caminhos do Sistema Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
  • MOLINA, Antonio García-Pablos de; GOMES, Luiz Fávio. Criminologia. Coord. Rogério Sanches Cunha. 6. ed. rev., atual e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
  • MULLER, Jean Marie. Não-violência na educação. Trad. de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Atenas, 2006.
  • OLIVEIRA, Ana Sofia Schmidt de. A Vítima e o Direito Penal: uma abordagem do movimento vitimológico e de seu impacto no direito penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.
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  • SALIBA, Marcelo Gonçalves. Justiça Restaurativa e Paradigma Punitivo. Curitiba: Juruá, 2009.
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  • ZEHR, Howard. Justiça Restaurativa. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012.
  • ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. Tradução de Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2008.