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7 de mai. de 2012

Alunos filmam brigas de garotas na porta de escolas de Nerópolis, Goiás


Doze casos semelhantes já foram registrados pela polícia na cidade.
Conselho Tutelar afirma ter identificado 40 envolvidos nesses confrontos.


As frequentes brigas entre estudantes de escolas em Nerópolis, a 30 km deGoiânia, foram parar na polícia e no Conselho Tutelar da cidade. Os confrontos têm sido filmados por colegas e publicado na internet. Na maioria das vezes, a briga é entre garotas e por motivos banais. De acordo com informações da polícia, 12 casos semelhantes envolvendo crianças e adolescentes estão sendo investigados.
Na opinião do delegado Nerópolis, Mozart Martins Machado, somente a punição dos menores envolvidos não é suficiente para inibir esse tipo de atitude. “Na verdade, o menor não comete crime. Ele comete um ato infracional. A investigação é a mesma, o rito é o mesmo, só que a pena é menor, pois o menor não pode ser condenado por cometer crimes e, sim, por atos infracionais”, explica.
O Conselho Tutelar já identificou cerca de 40 adolescentes envolvidos em brigas só neste ano. “O que chama mais atenção é que se briga por motivo fútil e há um determinado ponto em que se chega na questão da agressão física. A quantidade de crianças e adolescentes que são mobilizadas para este tipo de encontro também impressiona. O que mais assusta é a violência. Há adolescente que diz que se pegar [o colega], vai matar”, conta o conselheiro Onofre França.
Segundo a polícia, os adolescentes também têm usado as redes sociais para trocar insultos, provocações e ofensas com teor racista e homofóbico. Os embates vão além da esfera virtual e continuam no mundo real. Discussões, tapas e empurrões têm acontecido com frequência, e sempre no horário de entrada ou saída de escolas públicas.
Em um dos casos, o confronto entre alunos de escolas diferentes só não aconteceu porque a cidade é monitorada por câmeras e a polícia chegou a tempo de evitar. Um dos vídeos mostra duas crianças se enfrentando (veja vídeo acima). Em outra gravação, feita com um celular, um dos rapazes persegue o outro, que parece fugir das provocações, até que o adolescente agressor dá um chute no outro.
Medo
Uma adolescente de 14 anos, que não foi identificada por ser menor de idade, foi agredida na porta da escola por uma colega da mesma idade. As marcas de unhas ainda estão no olho, rosto e pescoço. Além das feridas, agora existe o medo.

“Ela pegou e me deu um empurrão e eu caí. No que eu caí, eu peguei e levantei. Aí ela veio para cima de mim com tudo. Aí ela passou a unha em mim e quando ela passou no meu pescoço eu não aguentei. Aí um rapaz que estava passando na rua separou a gente. Se ele não tivesse entrado no meio eu acho que nem viva eu estaria, porque ela estava com muita raiva de mim”, relata a adolescente.
A garota conta que chegou a perguntar a agressora o que havia feito para ela. “Ela só disse ‘nada’. Disse um nada com muita raiva”, afirma.
O pai da adolescente procurou a polícia e o Conselho Tutelar e não se conforma com a violência que a filha sofreu. “Ninguém espera que uma filha seja agredida dessa maneira e você não poder fazer nada. A menina falou para mim que não eu posso fazer nada, pois ela é menor de idade”, revolta-se o pai.
“Está difícil, pois isso está acontecendo com frequência e sem motivo. E muitas coisas que acontecem na escola não chegam ao conhecimento da gente”, comenta.
Segundo o delegado Mozart Martins Machado, se a estudante que agrediu a colega fosse condenada pela Justiça, poderia ser internada em uma casa de apoio e recuperação de menores, mas não é isso que acontece. Nesse caso a pena seria a prestação de serviços à comunidade.
Batalhão Escolar
De acordo com informações do Batalhão Escolar da Polícia Militar para a Secretaria Estadual de Educação, são registrados em média, cerca de 200 casos de agressão em escolas todos os meses.

O coordenador de ensino da Secretaria Estadual de Educação (SES), Edjar Júnior Barbosa, diz que a escola e a família devem ficar atentos aos sinais demonstrados pelos jovens, como a ansiedade e o isolamento do aluno.
“A escola não é uma ilha, não é um ambiente isolado da violência. A violência que acontece fora da escola, vem para dentro. E essa violência vindo para dentro, a gente tem que estar atento para que ela seja trabalhada para que a escola exporte a paz para fora dos muros”, pondera o coordenador.
“Caso o pai perceba que o seu filho está sendo ameaçado, que o seu filho está em algum movimento, ou que ele está sofrendo bullying, deve procurar a coordenação ou direção da unidade escolar do seu filho para conversar e explicar a situação. Todas as escolas estaduais estão instruídas ao que fazer”, afirma Edjar.
O coordenador de ensino conta que a Secretaria de Educação do Estado de Goiás tem, junto com o Tribunal de Justiça, um programa chamado Justiça Restaurativa. “A gente coloca o aluno agredido e o agressor frente a frente, com o auxílio dos pais, para que eles possam conversar e saber o porquê das agressões. Muitas vezes eles se agridem mesmo sem saber a razão de estarem se agredindo”, observa Edjar.
G1.

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“Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado opressor.” Desmond Tutu.

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Marcel Proust


Livros & Informes

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